MAÇÃS
Quando eu era menina, Belo Horizonte ficava longe, muito longe da cidade onde vivia. Meu pai viajava para a capital, passava dias fora. Na volta sempre trazia maçãs vermelhas, enroladas em papel de seda azul escuro. Nós, meninos, desembrulhávamos uma por uma extasiados. Amávamos pegar e cheirar aquela fruta, conhecida apenas pelas ilustrações de nossos livros. Saboreávamos as fatias suculentas que minha mãe nos oferecia. O sabor, dizíamos ótimo, encantados com tão fina iguaria.
Porém o que me ficou na memória foi o prazer da descoberta de um mundo a ser explorado.
Elisa do Céu: que delícia de miniconto. Lembrei-me de quando eu era menina: as maçãs vinham da Argentina embrulhadas em papel azul escuro como o anil. A gostosura já começava a ser saboreada quando a gente desembruçlhava a fruta e embolava o papel nas mãos. O barulho do embolar o papel de seda já causava prazer. Você escreve muito gostoso. Parabéns, querida. Rina.
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